terça-feira, 20 de dezembro de 2011

José Humberto Queiroz

Meu pai é foda! No bom sentindo da palavra. Foda no mal sentido é só a nossa convivência, não que ela seja insuportável ou qualquer coisa do tipo, é só que ele é exatamente como eu. Isso é péssimo! Eu sou muito infeliz comigo mesmo por causa dos defeitos que eu não consigo mudar em mim. Eu vejo, quase que diariamente, as consequências catastróficas das minhas falhas e fico puto, ai quando eu olho pro meu pai, eu só consigo enxergar esses mesmos defeitos, 10 vezes maiores, em um homem que, a essa idade e com esse gênio, não vai mais mudar.
Nosso dialogo é pouco. Ele é fechado assim mesmo pra esse tipo de sentimento e eu aprendi com ele a ser igual. Acho muito irônico dizer como eu sou fechado pra sentimentos pro site onde eu me abro mais do que eu mesmo pensei que conseguiria pra alguma coisa, algum dia.
Mas tem uma coisa. Uma coisa maior que todo esse nosso relacionamento morno. O amor que a gente sente, mesmo que meio em segredo, um pelo outro. Eu tenho até medo desse amor, porque dói. Dói dar um abraço nele e perceber que se eu não fosse desse jeito, se ele não fosse desse jeito, se eu, que estou percebendo tudo isso, tomasse uma atitude pra mudar as coisas, as coisas talvez eu poderiam ser diferentes.
Acho um absurdo perceber que, instintivamente, eu acabo optando por deixar como está porque parar pra concertar o erro seria admitir que eu perdi uns 5 anos de amizade com meu pai. Acho difícil lidar com o fato de saber que eu tenho que tomar uma atitude porque não é mais o mesmo vão entre nós, é um vale que quase me impede de enxergar aquele pai que era meu herói. E eu sei bem que é obrigação minha concertar as coisas pelo simples fato de eu estar percebendo tudo isso. Até porque meu pai tem 63 anos e seus problemas de saúde, se eu não fizer isso logo, talvez logo, eu não tenha mais tempo pra fazer, se é que vocês me entendem.
Eu espero muito que eu arrume um jeito de mostrar pra ele que eu ainda quero te-lo como exemplo, orgulho e meu herói. Porque meu pai é foda.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Êxodo - 20 - 12

Já sentiu, depois de velho mesmo, aquela sensação estranha e ruim que não dá pra explicar, mas que se você tivesse 5 anos essa seria a hora de correr pro quarto dos seus pais dizendo que não consegue dormir e, então, deitaria entre os dois? Sério, se possível for, deite com seus pais! Eles vão achar a situação muito estranha, mas aquele sentimento ruim com certeza vai embora, mesmo que só por horas. É de mais. Eu não sei se só eu sinto isso pelos meus pais. Eu imagino que todas as pessoas sintam esse amor por quem as educou, seja esse alguém a mãe, a tia ou a avó, é um sentimento incontestavelmente grande e belo. Belo é pouco! É lindo! Lindo no sentido mais esplendido da palavra.
Eu fiz isso uma vez ano passado. Só de pensar na reação deles àquilo... No amor que me foi passado naquele momento... Eu tenho vontade de voltar lá agora! Aqueles dois são fodas! Uma das coisas que eu mais quero é que eles sejam felizes e tenham orgulho de mim. Eu demorei pra perceber como eles são essenciais pra mim. Mas depois de perceber isso, essa passou a ser uma das coisas que eu queria que o mundo inteiro percebesse a respeito dos que o educaram.
Ta parecendo aqueles e-mails com frases de reflexão, histórias comoventes e fotos bonitas que vem em apresentação de slide com uma musica nem sempre muito boa. Mas o amor é mesmo brega, é sempre brega. Porém só percebe que é brega, quem não se deixou envolver por aquele amor e, sendo essa "breguisse" assim, no instante que vê aquilo como brega não sente o amor que aquilo traz.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Epígrafe

Sou bem-nascido. Menino,
Fui, como os demais, feliz.
Depois, veio o mau destino
E fez de mim o que quis. 


Veio o mau gênio da vida,
Rompeu em meu coração,
Levou tudo de vencida,
Rugia e como um furacão, 


Turbou, partiu, abateu,
Queimou sem razão nem dó -
Ah, que dor!
Magoado e só,
- Só! - meu coração ardeu: 


Ardeu em gritos dementes
Na sua paixão sombria...
E dessas horas ardentes
Ficou esta cinza fria.
- Esta pouca cinza fria.
                                          (Manuel Bandeira)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dias ruins

Tem dias em que as coisas BOOOAS não acontecem. Dias que não vem coisas super legais e que você já ta cansado da mesmice, dai você até acha que o dia foi uma bosta, mesmo ele tendo sido apenas normal. Tem dias que você não ta com saco pra pensar no dia e decide ficar puto, ai você diz que o dia foi ruim. Tem dias em que os dias são mesmo ruins e você até tenta ficar bem, mas o dia ta ruim de mais pra isso.
Mas em tudo tem lições de vida. Eu acredito que Deus ta sempre olhando pra mim e dando um jeito de me ensinar coisas, por mais que muitas vezes eu demore dias e dias ruins pra entender a beleza do que Ele esta me ensinando. Ele ta me ensinando coisas pra caramba. Me ensina a me aprimorar ao mesmo tempo que me ensina a me aceitar, porque infelizmente muita coisa em mim vai ser sempre desse jeitinho... Eu só tenho que aprender a controla-las melhor pra que as pessoas não precisem se afastar de mim por causa dessas coisas. Eu tenho visto que me aceitar é bem mais do que assumir defeitos. Percebo que em alguns casos é assumir deficiências. São coisas que nunca vão sair de mim, mas que eu posso, e devo, me adaptar a ter uma vida feliz e produtiva apesar delas.
Eu sinto que aceitar as coisas como são e aprender que eu é que tenho que me moldar a elas é nada mais nada menos do que crescer. Hoje eu tive um típico dia que eu costumava odiar, mas eu o aceitei! Até consegui enxergar a beleza dele!
Sei lá... Alguns processos são longos e precisam de nossa paciência e amor nele todo. Não são dias ruins, são só parte de um todo bem maior e melhor que exige algumas dessas chatices que nem são tão chatices quando você aprende a REALMENTE enxerga-las como não chatices. Ou não, vai ver isso só vale pra minha vida...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Poema

To pensando em começar a postar meus poemas. Eu não havia postado nada assim antes por respeito a ideia inicial do blog e porque eu tenho um certo medo de que roubem meus poemas para usarem por ai com nome de outra pessoa! Mas talvez seria mais gostoso de se ler. É algo que eu tenho mais vontade e menos medo de mostrar do que o que eu tenho mostrado. Não seria desconfortável mostrar meus poemas, porque é só um momento meu e não minha personalidade inteira!
Talvez. Talvez seja mesmo o melhor. Mas eu vou esperar um pouco mais, vou me dar a chance de me adaptar a esse novo formato estranho, vou dar a ideia chance de viver e ao poema... Ao poema eu vou dar o que ele já esta habituado a receber:
A página virada
O caderno fechado
A rima não eternizada
O silencio e o passado

Sei lá

Não sei se essa ideia vai rolar... Eu me sinto a coisa mais exposta do universo sendo simplesmente eu aqui. Não acho que vai dar certo mostrar pro mundo quem eu sou porque não é todo mundo que vai me entender e não entender por não entender eu acho que prefiro que as pessoas não me entendam sem que elas descubram meus podres. Se pá que eu posso continuar escrevendo meus sentimentos em formatos diferentes de textos se eu arrumar heterônimos. É! Acho que é isso mesmo que faltava. Heterônimos! Ou não. Quem sabe? A chance de ser a pior das bostas é enorme, afinal, eu pensou que sou quem? O Fernando Pessoa? Sei lá.
Sei lá! Eu nunca fiz textos tão espontâneos, mas também nunca fiz nada tão ruim. Só to postando isso porque me sinto na obrigação de trabalhar essa ideia. Eu preciso mostrar pra mim mesmo que eu, pelo menos, estou tentando fazer as coisas agora. Não quero que essa ideia termine como várias outras minhas. Como espermatozoides em uma masturbação, 300 milhões de coisinhas desperdiçadas sem ao menos ter a chance de tentar cumprir sua função. Que metáfora nojenta! Espero que o meu leitor tenha mais apreço pela minha "obra" do que eu tenho.
Não estou dizendo que tal apreço não existe em mim. Se não existisse, nem um pingo de vontade, eu não estaria escrevendo.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Diário

Eu nunca tinha parado pra pensar que, talvez, eu vou acabar fazendo desse blog o meu diário, com a minha nova forma de postar coisas nele... Sei lá, eu não vou vir aqui pra contar do meu dia e até onde eu sabia essa era a função do diário né?
Mas pensando bem... Talvez o diário seja mais que isso. Bem mais do que isso na verdade, ele é o lugar onde você pode desabafar, o amigo fiel e, infelizmente, a coisinha de criança que ninguém pode ter depois de se titular adolescente. O foda do diário é que as vezes você o tem por não poder se abrir sobre algumas coisas com a sua mãe, por exemplo, e ai ela vai lá e LÊ O SEU DIÁRIO !!! É uma facada no peito pensar nisso! É sua mãe mostrando pra você que existem situações em que as pessoas passam por cima de uma coisinha chamada confiança pra um suposto bem maior que muitas vezes se mostra pura curiosodade. Nossa... Isso ta muito deprê! E eu não sou deprê assim, juro. Talvez seja a falta de um interlocutor imaginário simpático, pra ser meu diário, que esteja me levando a um dialogo tão descompromissado de gentilezas... É. Deve ser isso mesmo. Bom, diário ou não, eu preciso reformular a imagem que eu tenho do meu leitor imaginário pra que eu possa ser mais simpático das próximas vezes que escrever pra ele.
Beijo.
Ah mas não pensem que eu odeio diários ou que eles são ruins ou que ele tem mais pontos negativos do que positivos. Se eu achasse isso, no mínimo, não estaria aqui escrevendo essas coisas.